Estrada Nacional 2


De Chaves a Faro

MAPA ESTRADA NACIONAL 2A EN 2 ou N2 ou Estrada Nacional 2, é uma estrada nacional que integra a rede nacional de estradas de Portugal. Atualmente, a N2 consiste de 5 troços separados entre si: Santa Marta de Penaguião–Peso da Régua (A24), Góis (N342)–Portela do Vento (N112), Sertã (IC8)–Abrantes (IP6), Ervidel (N18)–Aljustrel (N263) e Castro Verde–Faro.A N2 foi criada pelo Plano Rodoviário Nacional de 1945 com o objetivo de ligar Chaves a Faro. Grande parte da N2 resultou da renumeração de estradas já existentes, mas alguns troços foram construídos nas décadas seguintes. Com um comprimento de 739,260 km, a N2 era então a mais longa estrada do Estado, atravessando Portugal continental de norte a sul, "cortando" o país ao meio entre o este o oeste e cruzando 11 dos 18 distritos. No entanto, se em Trás-os-Montes e no distrito de Viseu a N2 cruzava capitais de distrito (Vila Real e Viseu) e cidades de média dimensão (Chaves e Lamego), a sul dessas regiões (i.e. aproximadamente nos restantes 500 km), a estrada desenvolvia-se longe de qualquer cidade principal até perto do seu fim em Faro. A N2 nunca teve um tráfego autónomo que justificasse a sua importância no Plano de 1945 e a longa Estrada Nacional acabou por se tornar numa coleção sequencial de troços regionais. O falhanço da N2 neste aspeto provou que a principal ligação entre as regiões do norte e do sul de Portugal deveria sempre cruzar a área metropolitana de Lisboa (como hoje acontece com o IP1 e o IC1). Os Planos Rodoviários Nacionais de 1985 e de 2000 modificaram profundamente a classificação da rede de estradas portuguesas. Com efeito, em Trás-os-Montes e no distrito de Viseu, esses documentos criaram a estrada rápida IP3, que segue paralela à N2. No entanto, a sul destas duas regiões, praticamente nenhuma estrada principal segue o eixo da antiga N2. Com efeito, atualmente, quase todos os troços da N2 foram desclassificados para estradas regionais (R2) ou municipais (M2) e só cerca de 180 km foram mantidos como estrada nacional, num total de cinco troços.No século XXI tem havido uma revitalização da antiga N2 para fins turísticos. Em 2003 o troço entre Almodôvar e São Brás de Alportel foi renovado e classificado como Estrada Património. Em 2016, foi criada a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, que engloba os 33 municípios que eram atravessados pela N2 no seu traçado original, e que tem como objetivo dinamizar o turismo ao longo deste itinerário. Devido à sua extensão, a N2 atravessa paisagens bastante variadas, no contexto de Portugal. Com efeito, esta estrada tem sido muitas vezes comparada (embora a uma escala muito menor) à Ruta 40 (Argentina) ou à Route 66 (E.U.A.).
O troço da EN2 confunde-se com a própria história, sendo que muitos segmentos já eram as principais vias romanas que atravessavam a Lusitânia.Com o passar do tempo, as principais vias foram sendo melhoradas e ligadas umas às outras e até ao final do séc. XIX, grande parte daquela que é hoje a EN2 já era Estrada Real.Em 1884, o percurso de Faro a Castro Verde passa a designar-se Estrada Distrital nº 128.Com a implantação da república a estrada chega a Beja e ganha o título de Estrada Nacional nº 17, passando a chamar-se mais tarde a Estrada Nacional nº 19 - 1ª.Um dos grandes projectos do Estado Novo era a criação de uma estrada que ligasse o país de lés a lés pelo centro, e a partir de 1930 começaram a ser alcatroados os troços de pedra e de terra e construídas as ligações necessárias, até que em 1945 é classificada a Estrada Nacional nº 2 através do Plano Rodoviário Nacional de 1945, com o objetivo de ligar Chaves a Faro. Grande parte da N2 resultou da renumeração de estradas já existentes, mas alguns troços foram construídos nas décadas seguintes.Na Foz do Dão, Santa Comba Dão, a N2 atravessava o rio Mondego através da imponente Ponte Salazar (aberta em 1935) que estabelecia também os limites dos concelhos de Santa Comba Dão, Penacova e Mortágua, dividia os distritos de Coimbra e Viseu e separava a Beira Litoral da Beira Alta. Em inícios da década de 1980, essa ponte foi submersa pela Barragem da Aguieira (assim como a aldeia da Foz do Dão). O trajeto da N2 passou a efetuar-se por uma variante de 7 km entre as aldeias de Chamadouro e Oliveira do Mondego. Na década de 1990 esta variante foi aproveitada para o traçado da via rápida IP3.Antes da aprovação do Plano Rodoviário Nacional de 1985, a N2 era a mais longa estrada do Estado em Portugal, com um comprimento de 738 km que atravessava 11 dos 18 distritos. No entanto, se em Trás-os-Montes e no distrito de Viseu a N2 cruzava capitais de distrito (Vila Real e Viseu) e cidades de média dimensão (Chaves e Lamego), a sul dessas regiões (i.e. aproximadamente nos restantes 500 km), a estrada desenvolvia-se longe de qualquer cidade principal até perto do seu fim em Faro. Ao longo das décadas, a N2 nunca teve um tráfego autónomo que justificasse a sua importância no Plano de 1945 e a longa Estrada Nacional acabou por se tornar numa coleção sequencial de troços regionais.O falhanço da N2 neste aspeto provou que a principal ligação entre as regiões do norte e do sul de Portugal deveria sempre cruzar a área metropolitana de Lisboa (como hoje acontece com o IP1 e o IC1).Em 1985 foi aprovado um novo Plano Rodoviário Nacional, que substituiu o de 1945 e modificou profundamente a classificação da rede de estradas portuguesas. Com efeito, em Trás-os-Montes e no distrito de Viseu, esse documento defendia a construção da estrada rápida IP3, que seguiria paralela à N2. Com efeito, o Plano defendia que a N2 deveria ser desclassificada para estrada municipal (M2) nessas regiões, pois seria substituída pela via rápida IP3. A sul do distrito de Viseu, praticamente nenhuma das estradas principais incluídas no Plano de 1985 seguia o eixo da antiga N2. O Plano Rodoviário Nacional de 1985 defendia a desclassificação da N2 para estrada municipal exceto em seis troços: Góis–Portela do Vento, Sertã–Ponte de Sor, Odivelas–Ferreira do Alentejo, Ervidel–Aljustrel, Castro Verde–Almodôvar e São Brás de Alportel–Faro.[4]Em 1995 foi concluída uma variante de 24 km entre Vila de Rei e Abrantes (parte do troço Sertã–Ponte de Sôr).Em 1998 foi aprovado o Plano Rodoviário Nacional de 2000, que substituiu o de 1985. Este Plano criou uma nova categoria de estradas, as Estradas Regionais. O Plano de 2000 acrescentou três troços à N2: Santa Marta de Penaguião–Régua (IP3), Viseu (IP3)–Viseu (IP5) e Montargil (IC13)–Mora. O Plano Rodoviário Nacional de 2000 encurtou o troço Sertã–Ponte de Sor (que passou a ligar apenas Sertã a Abrantes), manteve inalterados os troços Ervidel–Aljustrel, Castro Verde–Almodôvar e São Brás de Alportel–Faro e eliminou o lanço Odivelas–Ferreira do Alentejo. Em conclusão, de acordo com o Plano Rodoviário Nacional de 2000, a N2 consistia de 8 troços separados entre si. O troço Santa Marta de Penaguião–Régua era um sinuoso troço já construído da N2; ao ser classificado como estrada nacional, permitiu que a vila de sede de município de Santa Marta de Penaguião ficasse ligada por uma estrada do Estado ao IP3 e ao resto da rede rodoviária estatal. O troço Montargil–Mora também era um troço já construído da N2. Já o troço Viseu (IP3)–Viseu (IP5) da N2, proposto pelo Plano de 2000, seria uma estrada construída de raiz; este troço abriu em maio de 2001, em formato de via rápida com 2 faixas de rodagem e servia para ligar as vias rápidas com 1 faixa IP3 e IP5 ao longo do sul da cidade de Viseu. O Plano Rodoviário Nacional de 2000 defendia que deveriam ser classificados como estrada regional (R2) e não como estrada municipal os troços da antiga N2 Penacova–Góis, Portela do Vento–Pedrógão Grande (IC8), Mora–Ervidel (o qual incluía o antigo troço da N2 entre Odivelas e Ferreira do Alentejo), Aljustrel–Castro Verde e Almodôvar–São Brás de Alportel.Em julho de 1999 o Plano Rodoviário Nacional de 2000 foi revisto. O troço Sertã (IC8)–Abrantes (IP6) da N2 foi retirado da rede de estradas nacionais e, logo, proposto para desclassificação.Por outro lado, o lanço Almodôvar–São Brás de Alportel voltou a fazer parte da N2; este lanço localizava-se entre os troços da N2 Castro Verde–Almodôvar e São Brás de Alportel–Faro, o que permitiu criar um troço contínuo de 95 km da N2 entre Castro Verde e Faro.[1]Em 2003, o troço entre Almodôvar e São Brás de Alportel (55 km) foi requalificado como Estrada Património. A intervenção incluiu a melhoria do pavimento, criação de áreas de repouso, restauro das casas de cantoneiros, abate de espécies invasores (acácias), poda de árvores e arbustos junto à estrada e reabilitação de miradouros e fontanários.Em agosto de 2003 foi publicada uma segunda revisão do Plano Rodoviário Nacional de 2000. Neste contexto, o troço Sertã (IC8)–Abrantes (IP6) voltou a fazer parte da N2, enquanto que o lanço Montargil (IC13)–Mora foi desclassificado para estrada municipal.Em 2006, o troço IP3–IP5 da N2 (aberto em 2001) foi integrado no traçado da A25. Em consequência, a N2 passou a ser constituída por cinco troços: Santa Marta de Penaguião–Peso da Régua (A24), Góis (N342)–Portela do Vento (N112), Sertã (IC8)–Abrantes (IP6), Ervidel (N18)–Aljustrel (N263) e Castro Verde–Faro.Em Novembro de 2016 foi criada a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, um projecto turístico que une as cidades de Chaves a Faro, englobando 33 municípios[9], com o objetivo dinamizar o turismo ao longo do itinerário da antiga N2.Em abril de 2019 estava a ser estudada a requalificação do troço final da N2 entre São Brás de Alportel e Faro, passando pelo nó com a Via do Infante. A requalificação inclui correção de curvas e adição de uma via para lentos em algumas subidas.